PLANO POLÍTICO SOCIOASSISTENCIAL DA ASM - ILEM

1. FUNDAMENTOS SOCIOASSISTENCIAIS

1.1 Concepções fundamentais da ação Socioassistencial

1.1.1 Concepção de pessoa, família e sociedade.

a) Pessoa
A pessoa é um ser de relações que se constrói na interação com o mundo (consigo mesmo, com os outros e com o transcendente). Ser original, único, capaz de desenvolver sua capacidade crítico reflexiva e transformadora. É um ser social e no convívio comunitário se desenvolve. Traz consigo sua própria cultura, valores e identidade.

b) Família
A Família é tida como uma relação marcada pela identificação estreita e duradoura entre determinadas pessoas que reconhecem entre elas certos direitos e obrigações mútuos. Essa identificação pode ter origem em fatos alheios à vontade da pessoa (laços biológicos, territoriais), ou em alianças conscientes e desejadas (casamento, relação estável, compadrio, adoção) ou em atividades realizadas em comum (compartilhar o cuidado de uma criança ou de um ancião, por exemplo). “Família é o conjunto de pessoas unidas, seja por laços consanguíneos, seja por laços afetivos e/ou de solidariedade; é o “espaço privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primárias” (PNAS 2004). Respeitando o referido conceito a fim de não sermos excludentes a partir de nossos valores e princípios, a “família deve ser entendida e vista como espaço de proteção, formação e educação, de amor e perdão, de trocas, de ajuda mútua, de respeito e valorização, de afeto, de paz, de sonhos”... Enfim, um lugar sagrado, seja por laços consanguíneos ou não, é no seio familiar que são transmitidos os valores humanos, morais, sociais e espirituais, os quais servirão de base para o processo de formação e socialização da criança, bem como as tradições e os costumes perpetuados através de gerações. Assim sendo, é fundamental sermos uma bem unida família, como sempre buscou Murialdo.

c) Sociedade
Compreendemos por sociedade o grupo de pessoas organizadas que convivem e se relacionam dos mais diversos modos e culturas. É possível através da ação social, construir uma sociedade onde a convivência entre as pessoas seja pacífica e agregadora. É pela educação que se possibilita o pensar e o agir crítico em sociedade. Enquanto obra social, desejamos que o educando tenha como horizonte uma sociedade capaz de valorizar a pessoa, as relações de gênero, o trabalho e a solidariedade.

1.1.2 Concepção de educação socioassistencial

A educação sociassistencial é um processo que ajuda a pessoa a constituir-se enquanto ser humano. E nesta perspectiva ajuda na transformação da sociedade numa condição mais humana e solidária. A educação sociassistencial é uma proposta pedagógica coletiva (entre toda comunidade educativa – educadores, educandos, família) que leva os atores envolvidos no processo educativo a construírem e reconstruírem saberes para a formação de cidadãos críticos-reflexivos e sujeitos protagonistas de seu agir e que busquem a emancipação de suas vulnerabilidades.
A educação busca instruir os indivíduos à prática da ética e da cidadania, assegurando a cada indivíduo sua participação plena na sociedade. É o resultado de um fazer coletivo, através da cumplicidade na construção de saberes que levem a formação de sujeitos críticos-reflexivos.
A educação sociassistencial entende que a pessoa torna-se protagonista da sua própria história. É na interação, na relação coletiva que as pessoas vão humanizando o mundo, produzindo cultura e sendo capazes de intervir na realidade através da participação social.
A educação sociassistencial prima pela promoção e a preservação de todo ser vivo. Por meio de ações pedagógicas o respeito as diversidades e as culturas tornam-se realidade.
A educação socioambiental é refletida, discutida e vivenciada nos ambientes educativos. Desta forma são transmitidos conhecimentos de preservação e conservação do meio ambiente e natureza, estimulando a convivência e o respeito entre as pessoas. É fundamental a proposição de ações práticas para que a sustentabilidade seja realidade concreta nas instituições, bem como na formação pessoal dos beneficiários.

1.1.3 Concepção de educando (Criança, Adolescente, Jovem)

O Educando está em constante processo de desenvolvimento por ser uma pessoal ser social dotado de relações sociais e inserido num contexto social. Desta forma todos são educandos na medida em que estão em processo de aprendizagem.
É importante também considerar que cada pessoa atravessa ao longo de sua vida por fases do desenvolvimento físico e psicossocial e que estas fases interferem no processo de desenvolvimento. Vale ressaltar a infância e a adolescência, tendo em vista que esse é o perfil da maior parte do nosso público de beneficiários da ação social. A infância e a adolescência apresentam fases distintas e particularidades que precisam ser conhecidas e respeitadas. Cabe ressaltar, que somente no século XX, com os avanços da medicina, das ciências jurídicas, das ciências pedagógicas, sociais e psicológicas que são descobertas a especificidade da criança e do adolescente e a necessidade de formular seus direitos, que passam a ser tidos como em condição peculiar de desenvolvimento.
Educando enquanto pessoa em condição peculiar de desenvolvimento necessita de cuidados do educador. “Cuidamos do mais importante da sociedade: as crianças, e o mais valioso nas crianças: o coração.” Ela necessita da interação com o grupo e da construção de limites, para apropriar-se do mundo que a cerca e para descobri-lo através da aprendizagem.
Para os educadores da Ação Social Murialdo a criança, o adolescente, o jovem deve ocupar lugar de destaque em tudo o que for pensado e proposto na prática socioeducativa.
O adolescente e o jovem, por sua vez, continuam precisando de cuidado e da orientação do educador. Ele busca referências para a sua ação e descoberta do mundo. Está num processo de construção de identidade e autonomia. Apresenta muito potencial cognitivo, porém as transformações hormonais e psicossociais não podem ser ignoradas em seu processo de maturação.
O educando vai aos poucos compreendendo que é sujeito de direitos e deveres, assumindo gradativamente responsabilidades próprias de quem foi educado para ser cidadão, exercendo sua cidadania no dia-a-dia. O educando, ao deixar nossa instituição, deverá ter atitudes solidárias frente às realidades sociais, construindo novas relações através da responsabilidade social e do protagonismo, pois só pode educar o coração quem tem o coração educado.

1.2 Perfil da ação sociassistencial

1.2.1 Filosofia política da ação socioassistencial do ILEM

Nas obras sociais a mística é o motor que move, um princípio que unifica a vida, que motiva, que a dirige, que dá sentido em todos os aspectos. É preciso oportunizar ao educando assimilar valores essenciais a vida.
O amor, a solidariedade, a empatia, são princípios suliadores da filosofia da ação socioassistencial, atenta aos “sinais dos tempos”.
Busca-se o desenvolvimento integral do ser humano na construção de uma sociedade mais justa e humanitária.
A educação social precisa ser instrumento de promoção do protagonismo do público atendido. Este protagonismo precisa ser estimulado, mediado, vivenciado, aplicado em nosso cotidiano.

1.2.2 Identidade dos Espaços Sociais

Nas Obras Sociais Murialdo todos os espaços que possuemcaráter pedagógico, sirvam como ambiente saudável para que as crianças, adolescentes e jovens possam se desenvolver de forma integral.
Murialdo dizia: as crianças e jovens devem “rezar, brincar e estudar”. Logo, toda obra social deve reservar espaços agradáveis para o cultivo da espiritualidade, respeito ao “estado laico”, para o desenvolvimento de habilidades psicomotoras, para o permanente aprendizado, e para a convivência e fortalecimento de vínculos.
As atividades socioeducativas caracteriza-se pelo aprendizado através do lúdico, das expressões culturais (musicalização, teatro, dança, circo, dentre outras), do esporte e lazer, da qualificação e do trabalho protegido. Assim sendo, as atividades “oficinas” realizam-se em espaços condizentes para tal, sendo acolhedores, acessíveis, ter identidade visual (logo marca), segurança, serem organizados e conservados de acordo com o público atendido e a legislação vigente.

1.2.3 Perfil do Educador

O Educador Social Murialdino, é responsável por criar e fortalecer vínculos; qualificar; sendo referência para as crianças, adolescentes e jovens. É aquele que volta sua atenção e cuidado às crianças, adolescentes e jovens em situação de risco e vulnerabilidade social e pessoal, mediando o seu desenvolvimento integral através da pedagogia do amor.
Sendo assim, o Educador Murialdino:
a) Exerce a liderança com humildade, dentro da ética e moralidade com capacidade de acolher as inquietudes das crianças, adolescentes e jovens: sabe ouvir, sabe acolher, sabe amar e respeitar.
b) Desenvolve uma educação integral – “Educação do Coração” - fundamentada na pedagogia do amor e do diálogo criando um clima de familiaridade sendo “amigo (a), irmão (ã) e pai (mãe).
c) Guia-se pelos direitos humanos, em direção de um mundo de fraternidade, justiça e paz.
d) É competente para dar resolução ética a problemas e conflitos comuns a faixa etária dos usuários atendidos. Assim, educando mais pelo exemplo que pelo discurso.
e) Promove atitudes de colaboração, de trabalho em equipe e de participação democrática.
f) Participa das reuniões de equipe para o planejamento das atividades, avaliação de processos, fluxos de trabalho e resultado;
g) É capaz de gratuidade e generosidade na sua missão educadora.
h) Sente-se parte da "bem unida família educativa" em atitude de diálogo, colaboração e otimismo.
i) Sabe dar e receber feedback.
j) É ético na condução do processo educativo, assumindo os erros e limitações como possibilidade de crescimento.
k) Percebe, respeita e valoriza a unicidade a as potencialidades de cada educando; motivando-o para o gradual crescimento na formação de sua personalidade.
l) Está comprometido com a vida, o desenvolvimento sustentável e o meio ambiente.
m) Cuida de sua saúde física, psicológica e espiritual.
n) Observa e empenha-se para crescimento e manutenção do Projeto Político Pedagógico Socioassistencial das obras sociais do ILEM.

1.2.4 Perfil da Equipe Técnica e Administrativa

A da Rede Sócio Assistencial do Instituto Leonardo Murialdo deve contar com Equipe Técnica Administrativa constituída por profissionais técnico-administrativos competentes e qualificados no desenvolvimento do seu trabalho. A formação acadêmica, a capacitação continuada, o espírito solidário, o cultivo de valores transcendentes e a valorização das relações humanas para a defesa e garantias de direitos de crianças, adolescentes e jovens serão critérios fundamentais na formação das equipes técnico-administrativas de nossas Obras.
Como educadores sociais denominam-se todos os membros do contexto de serviços de atendimento da rede, cabendo-lhes como requisitos às funções os itens abaixo listados e ainda outros conforme função e formação técnica específica. Requisitos do perfil da Equipe Técnica Administrativa:
a) Competências técnicas da função: conhecimento teórico e prático de conceitos fundamentais dos serviços sócioassistenciais, habilidades técnicas para elaboração de relatórios, preparação de apresentações, avaliação de projetos e estudos de caso, em observância as atribuições de cada cargo ou função, habilidade de administração organização e planejamento do tempo e atividades profissionais, habilidade comunicativa, crítica e conscienciosa que promova a defesa de idéias, a articulação, argumentação e proposições frente à tomada de decisões.
b) Competências interpessoais como: empatia, flexibilidade, proatividade, disponibilidade na prática diária profissional, discrição, bom humor, capacidade de trabalho em equipe, capacidade de gerenciar, conflitos e pressões do fazer profissional.
c) Motivação e disponibilidade para busca constante de aperfeiçoamento, conhecimento, criatividade e inovação.

1.2.5 Perfil da Socialização – Regras de Convivência

A sociedade se organiza através de regras e seu cumprimento. As regras, por sua vez, respeitam os direitos de cada cidadão e promovem a convivência pacífica e libertadora.
As Obras Sociais Murialdo entendem a disciplina como a organização democrática do cumprimento dos deveres e da prática dos direitos de cada profissional, educando ou pessoa que fizer uso de nossos serviços. O estímulo à convivência saudável, ao tom de voz adequado, ao uso de roupas condizentes ao espaço, o respeito mútuo e o zelo pelas dependências são exemplos de regras de convivência no cotidiano institucional.
As Regras de Convivência vistas como normas de conduta, limites e diretrizes contribuirá para que todos - os envolvidos nos serviços prestados - possam conviver com tranqüilidade e harmonia, respeitando a diversidade humana nas suas várias dimensões e efetivando a inclusão social de acordo com a missão da Rede Sócio Assistencial do Instituto Leonardo Murialdo.

Por isso uma proposta de Regras de Convivência da rede devem:
a) Utilizar o diálogo como instrumento de transformação dos usuários do serviço, familiares e comunidade, consolidando uma ação educativa e preventiva pautada na Pedagogia do Amor e seus desdobramentos.
b) Conscientizar os usuários dos direitos e deveres de cada membro social, promovendo a cidadania e a responsabilidade pessoal e social.
c) Criar e fortalecer vínculos através da relação e convivência entre serviço e usuários diretos e indiretos.
d) Educar para a autonomia e auto-responsabilidade, confirmando os valores propostos nas regras de convivência e nas diretrizes institucionais.
e) Promover a inserção da família, responsáveis e comunidade no processo de formação de valores e na superação de desafios inerentes ao contexto do público atendido.
f) Usar uma linguagem clara e coerente de acordo com as normas e diretrizes estabelecidas pela Rede Sócio Assistencial do Instituto Leonardo Murialdo (colaboradores e direção).
g) Providenciar os devidos encaminhamentos técnicos e profissionais dos usuários conforme necessidades pessoais e/ou específicas.
h) Proporcionar o cumprimento às responsabilidades do usuário em manter-se assíduo, ativo e em observância às regras e normas do serviço. Em casos de não adesão às atividades dos serviços ou mesmo evasão, dar o encaminhamento disciplinar necessário, sem expor o usuário à situações constrangedoras.
i) Definir e orientar todos os envolvidos no serviço sobre as regras de convivência a serem seguidas.
j) Qualificar e preparar para o mundo do trabalho com vista ao trabalho protegido.

1.2.6 - Perfil da Avaliação

a) Acompanhamento
A Ação Social Murialdo compreende por avaliação todo o processo de acompanhamento do desenvolvimento físico-psiquico-social do educando. Da inclusão do educando em nossos serviços, projetos e programas sociais até a sua saída, temos o dever de acompanhar seu desenvolvimento, evolução e superação das vulnerabilidades.
Desenvolvemos intervenções de forma continua e sistemática no processo socioeducativo, com objetivos a serem alcançados, através de mediações nas relações, compreendendo o contexto sociofamiliar. Tal processo implica numa reflexão crítica sobre a prática, no sentido de identificar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar o planejamento de intervenções para superar os desafios. Para isso, utiliza-se de práticas objetivas, e também a análise das situações subjetivas que possam interferir no processo de desenvolvimento psicossocial, de socialização e convivência do educando na sociedade. Nas práticas objetivas, utiliza-se de critérios como a assiduidade, participação e engajamento dos educandos, educadores e familiares com o Projeto Político Socioassistencial. Já nas práticas subjetivas utilizam-se de instrumentos que propiciem uma reflexão sobre a realidade, construir novos projetos de vida e transformando as relações familiares e comunitárias.

b) Processos de Avaliação
A avaliação consiste na reflexão do processo, com a finalidade de analisar os resultados e impactos em relação ao objetivo inicialmente traçado, de forma a dar subsídio para o planejamento e aperfeiçoamento dos Serviços/Programas e Projetos.
A avaliação tem papel fundamental para o incremento das ações realizadas em cada programa e projeto social.
Para produzir resultados concretos, que possam melhorar a concepção de atividades futuras, é preciso avaliar a eficácia de intervenções alternativas e aumentar a responsabilidade pelo resultado, assim atingindo os objetivos propostos.
A avaliação deve contar com a participação de todos envolvidos no processo, educadores, educandos, suas famílias, ocorrendo de forma democrática e participativa.
Avaliar a eficácia dos programas socioassistenciais é uma forma de mensurar os resultados do trabalho desenvolvido, como também, proporcionar um momento de reflexão aos educandos, familiares e educadores, de modo a estimular o desenvolvimento de sujeitos protagonistas de suas histórias e da transformação de uma sociedade solidária.

c) Quanto a critérios de monitoramento e avaliação
Monitoramento compreendido como o acompanhamento contínuo, cotidiano na execução das ações, em relação aos seus objetivos e metas, de modo a gerar informações que permitam a tomada de medidas corretivas para aprimorar a operacionalização dos programas/serviços.
Os processos de avaliação e monitoramento devem ser utilizados para a resolutividade das ações, para avaliar a qualidade dos serviços/programas e os processos de trabalho. Assim, o planejamento de reuniões periódicas com as equipes de trabalho permite a construção coletiva de critérios claros de monitoramento e avaliação de cada serviço e programa social.
Avaliar a eficácia dos programas socioassistenciais é uma forma de mensurar os resultados do trabalho desenvolvido, como também, proporcionar um momento de reflexão aos educandos, familiares e educadores, de modo a estimular o desenvolvimento de sujeitos protagonistas de suas histórias e da transformação de uma sociedade melhor, justa e solidária.
O acompanhamento deve ser efetuado a partir de indicadores concretos e de acompanhamento dos serviços.
Realizar efetivamente a vigilância social.

1.2.7 Perfil da Educação – “Educação do Coração”

A proposta de Murialdo da “educação do coração” foi fundamentado sobre uma ideia do bispo francês Felix Dupanloup (1802-1878: “a tarefa do educador é confiado o que há de mais precioso na sociedade, ou seja, as crianças; aquilo que há de mais precioso nas crianças, o coração. Não tanto o externo, o comportamento visível, o trabalho, a escola, mas o interno, o coração, a religião e a educação dos sentimentos”). (Scritti di Murialdo, IV, p. 326)
Educar o coração é educar para o humano: é humanizar. É favorecer para que a pessoa se transforme e desenvolva suas potencialidades, assuma valores, abra-se para a solidariedade e comprometa-se como cidadã na construção da sua comunidade. Não se trata de uma educação superficial, pelo contrário, quer atingir o íntimo dos educandos. Educar o coração, portanto, é educar a pessoa inteira.
Na teologia, o coração é o lugar da misteriosa ação de Deus na pessoa. É onde acontece a experiência do religioso, da moral. É o centro da pessoa.
“Os jovens de hoje serão os cidadãos de amanhã. Como hoje são educados, assim serão na sociedade. Se fizerdes os jovens crescerem, instruídos, virtuosos, piedosos, educados, tereis amanhã cidadãos sábios, virtuosos, artesãos, honestos... Se, contentes com dar conhecimentos científicos à mente, e não lhes educardes o coração e os deixardes privados de princípios religiosos, tereis anarquistas”. (Murialdo)
“É um grande dom de Deus ter um belo caráter, ter um bom coração. E tem um bom coração quem é de coração afetuoso, terno, que sabe querer bem, que é gentil com os outros e sabe ajudá-los”. (Murialdo)
Por isso, compreendida como um conjunto de ações e princípios, a “Educação do Coração”:

a) É um gesto profundo de amor. Um amor que se faz acolhida, presença, escuta e afeto, que cura as feridas e acompanha paciente e gradualmente o crescimento até a maturidade, na qual o jovem é protagonista.
b) É o amor que faz entender que os erros são como possibilidades novas de acolhida, de descobertas e de oportunidades para o crescimento.
c) É mostrar os caminhos, apontar saídas; ajudar o educando a perceber-se como uma obra de amor.
d) É fazer com que os educandos descubram nos educadores alguém que, ao ensinar, quer amar. Assim, a educação passa a ser um processo de aprendizagem mútua, cheia de ternura, de bondade, fundamentada no diálogo.
e) É Fundamentada na certeza profunda, descoberta por Murialdo, de que Deus nos ama com amor "infinito, pessoal, atual, terno e misericordioso".
f) É levar o educando a ter um olhar mais cuidadoso para o com próximo e o meio ambiente.
g) É refletir e participar da construção de uma sociedade solidária.
h) É comprometer-se com a formação crítica, por meio de processos participativos e relações democráticas.
i) É instrumentalizar o educando para lidar com os avanços tecnológicos e para o mundo do trabalho.
j) É elevar a autoestima e desenvolver a resiliência.
k) É fazer com que educadores e educandos sejam pessoas de respeito mútuo e usem as “palavras assertivas” em suas interlocuções.

1.2.8 Perfil dos educandos que se pretende formar

Os educandos devem desenvolver :
a) Capacidade de análise da realidade para identificar as necessidades reais e buscar possíveis soluções;
b) Autoconfiança e auto-estima;
c) O protagonismo;
d) O pertencimento social e comunitário;
e) A primazia da vida humana sobre os aspectos materiais (priorizando o ser sobre o ter);
f) O senso crítico;
g) A capacidade de mediar conflitos;
h) Suas ações e relacionamentos na ética, na moralidade e na justiça;
i) A autonomia;
j) A participação social e cidadã.